quarta-feira, 1 de julho de 2009

De volta com verdade e nada mais do que a verdade


Depois de umas merecidas férias e um bronze de fazer inveja a qualquer cidadão nortenho (pelos vistos as nuvens não nos querem deixar), vejo que o PSD ganhou as Europeias, ou melhor, o PS é que as perdeu por fazer ouvidos moucos ao que se passa à sua volta.

Mas a melhor parte está para vir e a amiga da miséria, a catarataswoman, está a tentar tirar o lugar ao Santaninhaboy este verão. Então não é que a senhora-que-está-com-um-pé-para-a-cova-e-quer-levar-um-país-inteiro-com-ela anda a falar sobre verdade, e diz-se ser a única que fala verdade neste país, afinal também mente. Então tomou uma decisão catastrófica (entre muitas da altura, tipo comprar submarinos, esses excelentes motores da economia nacional, quando tinha um défice de 6,8%, algo que é impensável atingir agora mesmo com esta tremenda crise) e agora vem atirar as culpas para os outros.

Deixo-vos aqui uma peça jornalística do Diário de Notícias.


Aqui vai a última da Catarataswoman:



Ferreira Leite aprovou mesmo venda da rede fixa à PT


Em 2001, António Guterres, então primeiro-ministro, fez com a venda da rede fixa à PT o que Sócrates fez com o TGV: remeteu a decisão para a legislatura seguinte. Ferreira Leite, sucessora de Oliveira Martins na pasta das Finanças, deu a última palavra sobre o negócio.
O porta-voz do PS afirmou hoje que a presidente do PSD sofreu um "forte abalo na sua política de verdade" ao recusar-se a assumir a responsabilidade pela venda da rede fixa à Portugal Telecom (PT).

A posição de João Tiago Silveira foi transmitida em conferência de imprensa, depois de Manuela Ferreira Leite ter contrariado na terça-feira afirmações do presidente do Conselho de Administração da PT, Henrique Granadeiro.
Ao contrário do que afirmara Henrique Granadeiro ao jornal "I", a líder social-democrata disse que a venda da rede fixa foi decidida pelo Governo socialista de António Guterres e não pelo seu, de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Durão Barroso.
O negócio já tinha sido contemplado no Orçamento de Estado para 2001 mas, como lembra hoje o Diário Económico, António Guterres tinha apresentado a demissão pelos maus resultados do Partido Socialista nas Autárquicas. Guilherme d'Oliveira Martins, então ministro das Finanças, assumia apenas a gestão das Finanças, não tendo tomado a decisão do negócio da venda da rede fixa à PT.
Essa decisão só foi tomada na legislatura seguinte, liderada por Durão Barroso, com Manuela Ferreira Leite na pasta das Finanças. No entanto, a líder do PSD disse ontem que "o negócio da venda da rede fixa estava feito pelo PS quando eu cheguei ao Ministério das Finanças".
O diário "I" também acrescenta que a venda aprovada pela antiga ministra das Finanças foi feita por um valor muito inferior àquele em que a rede estava avaliada: valia 2 mil milhões de euros, mas a PT pagou 365 milhões.
Para contestar esta posição de Manuela Ferreira Leite, o porta-voz do PS fez distribuir pelos jornalistas fotocópias da resolução do Conselho de Ministros em que o executivo de Durão Barroso aprovou a venda da rede fixa à PT, assim como fotocópias do Diário da Assembleia da República em que a então ministra de Estado e das Finanças assumiu que iria negociar essa operação com a PT.
"A dr.ª Manuela Ferreira Leite teve aqui um forte abalo na sua política de verdade - e este não foi um abanãozinho", declarou o porta-voz do PS.
Segundo o porta-voz socialista, "a dr.ª Manuela Ferreira Leite afirmou terça-feira que a decisão da venda da rede fixa à PT não era da sua responsabilidade política, mas os factos provam o contrário".
"A resolução do Conselho de Ministros 147/2002, de 11 de Dezembro de 2002, aprovada pelo Governo PSD/CDS-PP, do qual a drª Manuela Ferreira Leite era número dois, estipulou as condições de venda e o preço de venda da rede fixa à PT", começou por apontar João Tiago Silveira, que sublinhou o teor dos artigos números um e três dessa mesma resolução.
"No número um dessa resolução do Conselho de Ministros, refere-se o seguinte: aprovar a minuta do contrato de compra e venda da rede básica de telecomunicações e da rede de telex a celebrar entre o Estado Português e a PT Comunicações SA. Mais do que isso, essa resolução, no número três, delega na ministra de Estado e das Finanças, Maria Manuela Dias Ferreira Leite, os poderes para outorgar em nome do Governo o contrato de compra e venda da rede básica de telecomunicações e da rede de telex", declarou João Tiago Silveira enquanto lia o teor do diploma aprovado pelo executivo PSD/CDS-PP.
Para o porta-voz do PS, "os factos não mentem" e "a resolução do Conselho de Ministros 147/2002, oito meses depois do Governo PSD/CDS-PP estar em funções, onde a drª Manuela Ferreira Leite era a número dois, é que constitui a decisão política de venda da rede fixa à PT".
João Tiago Silveira referiu-se ainda a um debate na Assembleia da República, em que o tema da venda da rede fixa pelo Estado Português à PT foi objecto de discussão.
"No dia 23 de Outubro de 2002, quando se discutiu na Assembleia da República o Orçamento do Estado para 2003, a drª Manuela Ferreira Leite disse muito claramente aos deputados que era dela que dependia a negociação, o preço e a venda da rede fixa à PT", sustentou o porta-voz do PS, socorrendo-se depois da acta dessa sessão plenária no Parlamento pata tentar provar a sua tese.
"Numa passagem, Manuela Ferreira Leite diz que não negava e que estava a negociar a venda da rede fixa. Mas disse ainda mais: se o preço não for compatível com a avaliação, não venderemos. Isto significa que a decisão de venda ainda não estava tomada nesta altura e significa que o preço ainda não estava negociado. Isto passou-se a 23 de Outubro de 2002, mais de seis meses depois de o Governo PSD/CDS ter entrado em funções", declarou João Tiago Silveira.
De acordo com o porta-voz do PS, "os factos provam que a decisão política sobre a decisão da venda da rede fixa à PT e fixação e negociação do preço foram da responsabilidade da drª Manuela Ferreira Leite e do Governo PSD/CDS-PP".
"A dr.ª Manuela Ferreira Leite podia não ter vendido a rede fixa à PT, mas quis vendê-la; podia ter escolhido vender por outro preço, mas optou por vender pelo preço que é hoje conhecido", acrescentou.


In: Diário de Notícias

3 comentários:

José soares disse...

Aqui está o grande problema dos políticos: Memória Selectiva.
Só se lembram do que lhes convêm e quando convêm.
Esta mulher mete dó. É a imagem do Portugal do passado e da falta de esperança se o futuro estiver nas mãos dela.

carlos Alves disse...

Ainda bem que a começam a desmascarar. já é tempo de alguém dizer o que ela fez por este país: MAL, muito MAL. Desfez as contas públicas, atrasou o país quase que irremediavelmente e ainda tem a cara de pau de aparecer como salavadora.
espero que os portugueses tenham juizo e saibam fazer as escolhas certas e uma delas é eleger para primeiro-ministro qualquer pessoas menos a Manuela.

Anónimo disse...

Verdade ahahahahahah
Até dá vontade de rir.
Foi vê-la de peito feito a dar entrevistas sobre quem é andava a enganar as pessoas.
Aqui está a prova que esta senhora é de pouca confiança.