Depois de ler, mais uma pérola do folhetim cá do burgo, até fiquei com náuseas.
Depois de respirar fundo e tentar perceber o que tinha acabado de ler lembrei-me da música do Paião que o Herman José imortalizou e que adaptando ao jornalista seria mais ou menos assim:
“Ai jornalista, jornalista, jornalista que só dizes disparates, disparates, disparates. E tanta asneira, tanta asneira, tanta asneira que para tirar tanta asneira não chegam 100 alicates. “
E depois no refrão pedia muitos beijinhos ao PSD, aumento no final do mês e o assunto da próxima notícia.
Acho que me pusesse a enumerar argumentos para desmontar este absurdo teria de ficar um dia inteiro a escrever e não tenho tempo. Devo dispender o meu tempo com algo mais útil do que escrever sobre tanta asneira.
Eu não consigo perceber como é que dão uma carteira profissional a uma pessoa que escreve isto:
“O Partido Socialista, acolitado pelo PCP, prepara-se para aprovar um projecto-lei que visa a distribuição gratuita de preservativos nas escolas secundárias. Na minha opinião, é uma lei estapafúrdia, libertina e inoportuna. Com tantos problemas no país, com milhares e milhares de pessoas desempregadas, cidadãos desesperados com a justiça lenta e injusta, um sistema de saúde diferenciado para ricos e pobres, a preocupação do PS é distribuir preservativos?
Só posso interpretar este projecto-lei como uma manobra de distracção. Isto é, enquanto se fala nesta possibilidade não se fala dos reais problemas que Portugal enfrenta. Aliás, na linha das leis sobre os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, eutanásia, entre outras. Por outro lado, considero-a libertina. Porque dá ideia de que tudo pode ser, a qualquer hora, com quem for, sem qualquer responsabilidade. Desde que seja com preservativo.
É preciso algum decoro. Já nem falo em valores da responsabilidade, do compromisso e do respeito. A seguir vêm os motéis nas escolas. Por este caminho, depois do preservativo, devem aprovar motéis nas escolas, como as “salas de chuto”. Sim, por que se entregam preservativos à toa aos adolescentes? E para quê? Não será para enfeitar cadernos e livros. Ou será apenas para dizer que o aluno ou aluna anda armado ou armada com preservativos para qualquer eventualidade. É, no meu entender, um aliciamento a uma sexualidade descontrolada e sem um mínimo de responsabilidade. E
Os professores e técnicos de saúde que vão fazer a distribuição, não têm mais nada a fazer de mais útil? Acho que aqueles que, por estarem desempregados, enfrentam horas à porta do Centro de Emprego sem qualquer esperança, aqueles que estão à espera de uma consulta, da aplicação da Justiça, devem sentir-se revoltados quando vêem que as preocupações do Governo são outras”.
In: Diário do Minho de 14-05-2009 por Francisco de Assis